Tem gente que diz que o dinheiro não traz felicidade. Outras
acreditam que, mesmo incapaz de fazer alguém feliz, o sucesso financeiro pode,
ao menos, afastar a tristeza. Mas, afinal, de onde vem a alegria? Para entender
melhor o que faz um brasileiro feliz, o Instituto Akatu fez uma pesquisa com cerca de 800
pessoas, de todas as regiões do país perguntando: “para você, o que é
felicidade?”. O resultado surpreende, já que os entrevistados –
independentemente de fatores como classe social ou faixa etária – disseram que
a felicidade está ligada muito mais ao bem-estar físico e emocional e à
convivência social do que aos aspectos financeiros e à posse de bens.
Quando questionados sobre o que consideram como verdadeira
felicidade, dois terços dos entrevistados responderam que estar saudável e/ou
ter a família com saúde é um fator primordial. Para 60% do público, conviver
bem com a família e os amigos também os deixa mais perto dos sorrisos. Apenas
três em cada 10 brasileiros indicaram o sucesso financeiro em suas respostas.
"Segundo a pesquisa, para os brasileiros, ir ao encontro da felicidade hoje não
é aumentar o consumo, mas trabalhar pela saúde e prover condições para o
verdadeiro bem-viver, com suficiência material e tempo para desfrutar a vida em
companhia dos amigos e familiares, num ambiente seguro e acolhedor", analisa
Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu.
E parece que a sustentabilidade também está tomando o lugar
do consumismo. Quando os entrevistados foram convidados a priorizar seus
desejos, o resultado mostrou que, coerentemente com sua visão sobre felicidade,
os brasileiros são fortemente atraídos pelo caminho mais ligado às questões
sustentáveis. Em cinco dos oito temas propostos (afetividade, alimentos, água,
mobilidade, durabilidade, energia, resíduos e saúde), eles preferiram as
alternativas mais ligadas ao caminho de respeito ao meio ambiente do que
aquelas ligadas à aquisição de bens de consumo.
O tema afetividade é um dos que mais se destaca entre
aqueles que preferem o cenário mais sustentável. Passar tempo com as pessoas,
por exemplo, alcançou o índice 8,3 de prioridade numa escala de 0 a 10. E, de
fato, a companhia dos amigos e familiares deve valer a pena já que comprar
presentes só alcançou a marca de 2,6. Também merecem destaque as escolhas
relacionadas à mobilidade: se deslocar pela cidade com rapidez, segurança,
conforto e flexibilidade alcançou um índice de 7,9, enquanto ter carro próprio
obteve apenas 4,9 em um escala de 0 a 10. Até mesmo para quem não usa um carro
próprio em seu cotidiano (82% dos entrevistados), a preferência é grande em
favor da mobilidade (7,7).
Nos temas energia e resíduos, há um empate entre respostas
associadas ao modelo consumista em vigor e as propostas sustentáveis para o
mesmo tema. Apenas na questão relacionada à saúde, em que as opções eram ter um
bom plano de saúde ou ter um estilo de vida mais saudável, houve prevalência da
alternativa mais relacionada ao consumo. "A resposta parece revelar não uma
preferência pelo modelo consumista, mas sim uma preocupação com a precariedade
do sistema de saúde. E, mais ainda, uma atitude que prioriza a segurança, pois
a garantia de assistência médica em caso de necessidade vai ao encontro da
primeira prioridade dos brasileiros quando pensam em sua felicidade: ter
saúde", diz Mattar.
Fonte: porvir.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante!